terça-feira, 16 de setembro de 2014

Linguajar do Parana - Paranaenses

Os Paranaenses também têm seu linguajar característico. É o pessoal do “leite quente”. Curioso, que nós do sudoeste paulista temos um sotaque muito parecido e não nos damos conta disso. Nos achamos diferentes, todavia paulistanos e cariocas logo associam o nosso sotaque caipira ao dos paranaenses. Mais pela proximidade  geográfica do que pela afinidade cultural, eu diria, sem receio de errar. O ritmo do paranaense é mais acentuado e se aproxima do gaúcho. Não são poucas, no entanto, as semelhanças :

Alemoa: Loura
Apinchá: Jogar
Atorá: Cortar
Baita: Grande
Bostiá: Incomodar
Briquiá: Trocar, de mano ou não
Cagar a pau: Bater
Camassada de pau: Apanhar
Campiá: Procurar
Cancha: Quadra esportiva; campo de futebol de areia ou suíço.
Carreiro: Caminho aberto no mato, trilha. (usa-se também carrero).
Catrefa: Pessoas que não valem nada
Cuque: Cuca. (bolo de origem alemã, à base de ovos, manteiga, açúcar, geléia e frutas).
Chumaço: Conjunto de alguma coisa
Chupim: Pessoa que se aproveita ou obtém vantagem de outra; que não sai de perto visando interesses.
Coça de laço: Apanhar
Crêendios pai: exclamação quando algo dá errado
De fianco: De través, de lado. (corruptela de “flanco”).
De revesgueio: De um tal jeito
De vereda: Rápido
Fincá: Cravar
Fuque: Fusca
Garrão: Calcanhar
Incebando: Enrolando, fazendo cera
Ingrupi: Enganar
Ínôzá: Amarrar
Intertê: Fazer passar o tempo com algo
Inticá: Provocar
Intuiado: Cheio
Invaretado: Nervoso
Jacu: Pessoa mal vestida, matuto, sem tarimba social, sem classe.
Jaguara: Pessoa ruim, trapaceira, de má fé, mal intencionada.
Japona: Jaqueta de nylon
Jóssa: Coisa
Judiá: Mal tratar
Kakedo: Pessoas que não valem nada
Lazarento: Termo ofensivo dirigido a alguém.
Luitá: Brigar
Malaco: Pessoa de má índole, trapaceiro (o mesmo que Jaguará).
Malinducado: Mal educado
Morcegar: Não trabalhar, ficar à toa.
Paiêro: Fumo de palha
Pânca: Modo de se portar, por exemplo: panca de motoqueiro (jeito de motoqueiro)
Pare, home do céu: Parar, o mesmo que ’se par de bobo’ e ‘deusolivre home’.
Pescociá: Olhar para os lados, matar tempo
Pestiado: Com alguma doença
Pexada: Acidente
Piá: Criança do sexo masculino, guri.
Piá de bosta: Rapaz que não presta; jovem que quer parecer adulto.
Piá pançudo: Guri bobo
Podá: Ultrapassar, ou cortar, o mesmo que apodá
Pozá: Dormir em algum lugar
Pruziá: Conversar
Rancho: Compra do mês
Relampejando: Trovejando
Resbalão: Escorregar
Rinso: Sabão em pó
Sinalêra: Semáforo
Táio: Corte
Tchuco: Bêbado
Trupicá: Tropeçar
Tongo: Pessoa boba, sem traquejo social, matuto, sem iniciativa.
Tunda de laço: Apanhar
Vagal: Pessoa preguiçosa, indolente (ou de mau caráter); corruptela de vagabundo.
Vortiada: Passeio

Além disso, algumas expressões antológicas:

(vim) de à pé: Vir à pé, caminhando.
(de) ponta-cabeça: De cabeça para baixo.
(cheguei) no mico: Quase sem combustível.
(cheguei) no pau da viola: Idem.
(calibre) 24 parelho: Mandar colocar 24 libras de pressão em todos os pneus do carro.
Cair um tombo: Levar um tombo, cair.
Chique nos úrtimo: Estar elegante, bem vestido.
De varde: À toa, vagueando. (corruptela de debalde; vaguear).
Deitar o cabelo: Ir embora depressa - geralmente de carro. (o mesmo que esticar o cabelo e alisar o cabelo).
Deus o livre! : Expressão de espanto dita por uma pessoa referindo-se a si mesma.
Ist´o quê! : Negativa veemente, não concordância.
Mais firme que palanque no banhado: coisa ou pessoa com pouca resistência, sem forças. Também se diz de quem bebeu além da conta.
Ma’zói! : Corruptela da expressão “mas olhe...” Coisa ou assunto excelente, muito bom. (corruptela de mil de bom).
Não carece: Não precisa, não há necessidade de.
Não tem precisão: Idem.
O pessoal foram tudo: Indica um grupo com muitas pessoas.
Prá mais de metro: Coisa ou assunto muito longo, demorado, comprido.
Tomar a fresca: Apanhar a brisa da tarde; refrescar-se à sombra.
Tudo eles (foram): Indica muita gente.

Um abraço pro gaiteiro: Coisa ou assunto sem solução; despedida.

VIA : RESPOSTAS DO SABER

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